Eis uma tríade bem delicada a ser abordada, discutida e falada… e isso é necessário, é tempo de trazer à tona. Sim, nós pertencemos a essa plataforma de vida, a dita Natureza ou Ambiente, dependemos desse equilíbrio vital, e não o contrário.

A nossa arrogância é tão feroz e ousada que, continuamos a crer que somos soberanos, superiores e majestosos, que nos dá o direito errôneo de fazermos o que bem entendermos. Continuamos a maltratar o nosso planeta, poluímos, sabotamos, contaminamos, e a cada dia afundamos cada vez mais nossa casa. Até o dia que, entendamos e tenhamos a consciência que, nossa Terra está em crise profunda, iremos continuar a agir como se em perfeito equilíbrio estivéssemos. Mudanças climáticas? Poluição nos nossos oceanos? Desflorestação e degradação dos solos? Isso é tudo uma invenção mediática, extremismos dos ativistas e ambientalistas… será mesmo? As evidências e factos constantes nos apontam precisamente que, nosso planeta grita com força para termos consciência dos nossos atos. Para que sejamos responsáveis, reeducar é urgente, deixou de ser um apelo ambiental e, é no momento um grito pela vida. As gerações futuras não irão conseguir responder à altura do desafio e, quiçá, poderão não ter a chance de refazer esse percurso. Um cenário caótico? Sim, claro! As alterações climáticas não são uma mera brincadeira. A ONU há muito tempo que vem se pronunciando, e figuras/referências públicas, como o Sr.António Guterres incansavelmente vem alertando, especialistas e vários ativistas dedicadxs falam diariamente. Insistimos em crer que, a Gretha Thunberg é uma “criança mimada”, a Dra. Jane Goodall é uma mera “apreciadora dos primatas”, que o Dr. Peter Woelleben é um “fanático das árvores”, que o Peter Singer é um “maluco na ética pelos animais”. Entre tantxs e várixs especialistas na matéria que tanto nos falam, esclarecem, preferimos acreditar que é uma mera invenção. Ativistas ambientais procuram esclarecer o conflito que muitxs vêm discutindo, entre eles, que a causa ambiental está separada da causa animal. Ora bem, os animais habitam exatamente onde? Onde estamxs todxs afinal? Sejamos animais-humanos, ou não-humanos…

Especificamente falo dos animais selvagens, continuamos a destruir-lhes o habitat natural, as florestas, as árvores, os lagos, os mares… em nome de quê ou de quem? De milhares e milhões, de interesses económicos, políticos e sociais? Pois bem, devo lembrar que, ninguém consegue levar nada material ao falecer/desencarnar.

Assim sendo, dividir e separar os direitos dos animais dos direitos ambientais seria, no mínimo estranho e algo a ser mais bem refletido e repensado. Isto significa que, sensibilizar e apelar para um cuidado com as árvores, automaticamente teremos de cuidar das aves que nelas habitam. É um conjunto que trabalha lado a lado, pois a Natureza é sábia e mestre, nos lembrando sempre que, nós humanos sobrevivemos em nome dessa magnitude. A atividade antropogénica durante largos anos destruiu desastrosamente o planeta. Precisamos mudar nossos comportamentos, hábitos e posturas, sendo mais responsáveis e conscientes. Segundo a Global Carbon Protect (2017) a estimativa é que, em média, cada pessoa necessita de 22 árvores, por dia, para conseguir obter o oxigénio necessário. Sem florestas e sem árvores não podemos existir. É fundamental e urgente que entendamos, definitivamente, que não somos superiores ao Ambiente, à Causa Ambiental e… o Ser Humano, coabita neste planeta.