Sentimento, o que é?

O sentimento provém da arte de sentir…

Sim, é poder experimentar e vivenciar o que nos é primordial

É ter a habilidade para gostar, adorar e amar… Conseguir desejar, cuidar, dar e oferecer

Aquilo que nos preenche inteiramente… Só e apenas ele… O sentimento é capaz

É podermos viajar, passear e navegar através de belas e magníficas pinturas, textos mágicos e deslumbrantes… Paisagens e cenários da perfeita Natureza…

Sim, apenas para quem tem o privilégio em sentir sabe do que aqui falo

Ao contrário, lamentavelmente quem não sente jamais saberá o quão maravilhoso é

Acordar e respirar amor, paixão, ternura… Sentir o toque, o abraço e o olhar

Compreender o significado da doçura e subtileza… Ficar emocionado/a com o carinho, o respeito e a proximidade da amizade intensa e sincera

Assim como saber o quanto é difícil saborear o azedo e o amargo

Sim, a bipolaridade e o antagónico também fazem parte do conjunto

Pois não vivemos apenas o que de mais belo e prazeroso nos acontece

E o outro extremo existe e está bem presente na vida mundana

Terrivelmente ele não nos deixa escapar e sair livres da sua intensidade

Então, é aí que realmente passamos a conhecê-lo… Saber o quanto custa tal presença em nós

Na verdade, quem sente sabe o que é bom, tudo de bom, o maravilhoso

Assim como o que de mais trágico, horrível e cruel existe

É viver intensamente, todo e qualquer evento

Pois sentir é algo tão espontâneo, involuntário e natural e que está implícito na essência

Nos chega e surge de todas as formas diversas

Quer estejamos preparados/as para recebê-lo ou não…

É algo gigantesco, praticamente impossível em contextualizar ou colocar por palavras

Por inúmeras e várias situações é impossível quantificar ou traduzir

É uma linguagem e viver compreensível e acolhido, apenas por quem o vive e sente

Existiria algo tão poderoso quanto?

Creio que não, pois é ele que nos leva e conduz a viver

É ele que nos pulsa, que nos condiciona e que nos transporta a outras dimensões

Extremamente profundo e inconstante…

Sem poder sentir não faz qualquer sentido continuarmos vivos

Ao contrário, seríamos apenas meros corpos em movimento

Sem brilho, sem luz, sem pulsar e sem qualquer vitalidade

Sem qualquer sentido, rumo ou orientação o significado iria perder-se

Sim, sem sentimento tudo perderia a cor, a magia e a devida beleza

Sem o encanto e sem sentir… O que seria de nós?

Continuaríamos a viver?

Conseguirias ler agora este texto?

Certamente que não…

Quando o tempo se esgota

No passado Domingo, estava eu a assistir a um programa de televisão de talento infantil quando uma criança com apenas 15 anos entra em palco. Passa o típico vídeo de promoção e eis que ela diz algo como “porque já estou no limite da idade e o tempo está a esgotar-se…”. Como assim?

Começou logo um turbilhão de ideias na minhas cabeça. Como assim uma criança de 15 anos acha que o tempo está a esgotar-se para si, quando há uma esperança média de vida no nosso país superior a 80 anos? Pelas minhas contas, ela viveu menos de 20% da sua vida. Onde é que o tempo se está a esgotar? Porquê?

Vivemos dias de muita azáfama. Queremos ser e ter e fazer tudo a toda a hora. Não é que essa ideia passa para as nossas crianças? É verdade, elas aprendem connosco, por modelagem, que o mundo está a uma velocidade estonteante e que, se não formos a perfeição aos 20 anos, nunca conseguiremos ter casa, nem família, nem carro, nem emprego, nem seja lá o que for.

Mais do que isso, esquecemos de lhes ensinar sobre emoções, sobre lutar pelos seus sonhos, sobre direitos humanos e sobre a importância de cuidar do próximo sem esperar nada em troca. Esquecemos que lhes mostrar como o mundo é belo e que precisamos de cuidar dele como cuidamos – ou devíamos cuidar – do nosso corpo, da nossa casa. Esquecemos de lhes mostrar que há causas superiores, que há pessoas em dificuldades e que o nosso impacto no mundo deve pautar-se pelo respeito ao próximo.

Há uma vida inteira para isso. As crianças têm o direito a viver a sua infância, ao seu tempo de lazer e descanso, a desenvolver-se tranquilamente e de forma protegida e a serem amadas e respeitadas. Não devem ser pressionadas a nada, não devem sentir que o sustento da casa depende delas, não devem sentir-se desamparadas, que o seu percurso de vida depende apenas de si e que tudo aquilo que fará de mal – e erros todos/as cometemos, sempre – será irreparável.

Já que somos exímios em criar legislações e códigos de conduta, que tal começarmos a colocá-los em prática? Que tal protegermos estas crianças e permitir que elas explorem o mundo sem que sintam esta pressão de uma sociedade perfeita? Que tal nos preocuparmos mais em formá-las em valores do que pagar valores para que elas façam e tenham coisas? Colocar estas ideias em prática depende de cada um/a de nós!

Uma Sociedade de Vergonhas

Ser pai/mãe, hoje em dia e na nossa sociedade, é considerado uma bênção. A vinda de uma criança (ou várias) irá alegrar uma casa, uma família. Quem sabe até unirá elementos familiares que já não se falavam, retomará as festas de família e fará com que todos atinjam a felicidade eterna!

Após esta fase inicial de floreados, a criança efetivamente nasce – porque tem de ser, não há forma de fugir disso – e eis que começam um conjunto de opiniões a chegar aos/às pais/mães, opiniões essas que parecem do tempo da pré-história.

Começamos pelos típicos conselhos sobre como vestir e tratar da criança. Se é rapaz só deve vestir azul e verde, rosa nem pensar. Se é rapariga não deve tomar banho com o pai, essas modernices do contacto pele com pele não devem ultrapassar a barreira do respeito. Se a criança tem ramelas, a mãe não está a fazer bem o seu trabalho, independentemente se foi o pai que lhe deu banho. Se o pai está cansado, é porque teve de ir trabalhar depois de uma noite de choro, mas a mãe deve estar impecável, porque passa o dia em casa e pode “descansar”.

Por mais que os/as pais/mães digam que não ligarão a tudo isto, a verdade é que estas situações vão tendo impacto não só a nível interno e intrafamiliar, mas também na forma como se começam a posicionar na sociedade.

Eis que este pai chega ao trabalho e tenta esconder as olheiras, porque não é normal que tenha sido ele a ficar acordado durante a noite só para que a mãe pudesse descansar. Se algum/a colega lhe pergunta como estão a correr as coisas, deverá responder de forma superficial, sem falar nas fraldas e bolsados que anda a limpar.

Pelo contrário, a mãe é considerada um ser de outro mundo – negligente até – se sonha sequer sobre o seu trabalho e como isso a fazia feliz. É impensável se decidir não tirar a licença de maternidade. As conversas com as mulheres que a rodeiam devem ser sobre “o produto x é melhor para lavar a roupa”, “prefiro as fraldas y” e “os produtos de banho z não lhe fazem alergia”.

Como é possível que, em pleno século XXI, quando se considera a igualdade de género um tema “batido”, que um pai tenha vergonha de admitir que cuida do/a filho/a melhor até do que a mãe? E que uma mãe tenha vergonha de dizer que não vê a hora de voltar ao trabalho? É preciso desconstruir todas estas ideias, urgentemente!

Somos o que escolhemos ser

Muitos são os que afirmam que nascemos, de certa forma, selvagens e que, à medida que crescemos, somos moldados por aquilo e aqueles que nos rodeiam. Somos a herança de um código genético que nos confere qualidades físicas, psíquicas e emocionais. Somos a adição de um núcleo familiar, de tudo o que conhecemos e daqueles que nos cruzam.

A dificuldade em compreender a dita “maldade gratuita” acompanha-me desde sempre. Reconheço em mim a dantesca incapacidade de entender todos aqueles que “só porque sim” escolhem injuriar e/ ou desonrar alguém.

A maior parte de nós, orgulhosamente, não assumida, trabalha porque precisa. Trabalha porque trabalhar é o seu sustento e o sustento dos seus. Trabalha porque a ausência de atividade laboral fá-lo sentir menos útil. Seja como for, quem trabalha, trabalha porque carece.

Desempenhar uma atividade laboral, independentemente, das suas características, implica envolver-se com outros. E não existe nada mais complexo do que lidar com pessoas. Carregadas de características próprias refletem a personalidade e a essência. Refletem os valores e as crenças.

São muitas as horas que dedicamos ao trabalho e é no mundo laboral, e não serão raros os casos, que governa a discórdia e o rancor. Impera a prepotência e a arrogância.

“Cada um por si” é a diretriz que comanda o quotidiano de muitos. Demoliram-se as paredes da boa educação, do respeito e do bom senso. Quem pensa e fala diferente deve manter-se na periferia. Pouco deve fazer-se ouvir, não vá o seu parecer causar desconforto ou despoletar a reflexão e o pensamento crítico de outros.

Uns, a título meramente gratuito, espezinham outros a fim de alimentar uma autoestima em ruínas. Procuram na “invalidação do outro” uma tentativa, claramente infértil, de um bem-estar em si próprio. À sua volta, promovem um ambiente com o peso de quem carrega o desconforto emocional.

Aos outros, impõe-se a capacidade de ser resiliente e a certeza de que somos e seremos sempre distintos, com tudo de bom e mau que isso acarreta. Feitos de defeitos e qualidades resta-nos escolher a melhor parte de nós. Ser mais leves, mais gratos, porque no final das contas, não será preciso muito para estarmos bem connosco e com os outros.

Direitos Das Crianças- Os direitos que o Covid tirou às crianças

Os direitos que o covid tirou às crianças!!

       Os direitos das crianças são: direito ao lazer, a desenvolver a sua inteligência, à saúde, à alimentação, a fazer as suas próprias descobertas, ser protegido/a, ao amor e carinho, à liberdade de expressão e ao descanso.

O coronavírus tirou alguns dos direitos das crianças como os que estão sublinhados no parágrafo de cima. Não podemos brincar todos/as juntos/as, não podemos dar abraços aos que são importantes e não podemos fazer experiências todos/as juntos/as na sala de aula. O covid-19 estragou muito as nossas vidas, pois quem me dera que pudéssemos estar de novo com as nossas famílias, brincar com os/as primos/as e com o resto das pessoas que nos fazem falta. Ufff!

Deixo aqui uma sugestão: e que tal tentarmos o menos possível que haja casos. Eu sei que muitas pessoas são responsáveis, mas eu também vou ser sincera, algumas pessoas da população não têm muitos cuidados consigo próprias. Não quero ofender ninguém, mas a irresponsabilidade dessas pessoas está a estragar a vida das crianças.

Mas, afinal de contas, nós temos que ser fortes, pois se não formos capazes de combater este vírus, as coisas podem piorar.

Texto elaborado por: Leonor Freitas (10 anos)

A Educação nos dias que corre

A educação continua a ser importante na atualidade sendo um tema cada vez mais falado e debatido.

Vivemos num Mundo onde a educação é algo fundamental para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Existe o problema da nossa sociedade não ser inclusiva e continuar haver discriminação entre raças, género, etc. O que em pleno século XXI já não é aceitável.

Como podemos melhorar e/ou acabar com esta problemática na nossa sociedade?

Com uma educação diferente!

Sabemos que a escola é o local que tem um grande impacto na vidas das crianças, sendo importante torna-lo mais igualitário e deste modo estas começarem a compreender que não é aceitável discriminar outras pessoas em razão do seu sexo, género, raça, entras diferenças pois somos seres Humanxs.

Infelizmente trabalhar só com crianças não é suficiente, haverá também a necessidade de desconstruir estas ideias junto das pessoas adultas, mudando mentalidades para uma sociedade melhor.

Como ?

Simples.

Através de formação aos docentes e inclusão destas temáticas nas disciplinas.

Concluindo, a educação necessita de ser reformulada, tornando as pessoas mais inclusivas e ativas nas questões sociais.

Toda forma de vida e de amor

Toda forma de vida é única, é especial, é marcante, é determinante e é veículo vivo do amor natural em sua essência concebida. O ser humano transporta diversidade em todo planeta, apresentando uma diferença tanto quanto singular, no entanto manifestamos uma semelhança impressionante. Assim somos, iguais, idênticos, semelhantes e, em simultâneo somos únicos em nossa individualidade e no nosso coletivo. A riqueza humana é bela e vasta, para tal conseguirmos respeitar, melhor entender e apreciar basta que olhemos com a atenção devida.
As expressões de amor sentidas são várias e apresentam-se sob vários espectros e formas, sendo cada qual válida e adequada para cada um/x.  O corpo e vida dx transgénero, dx não-binárix, dx queer, dx assexuadx, dx pansexual e de todxs aquelxs que aqui coabitam são especiais e valiosas tanto quanto a do homem e mulher cisgénero (aquelxs que se identificam com o género biológico atribuído à nascença). O ódio, a fobia e o preconceito nascem do desrespeito e da ignorância, frutos do medo sob aquilo que é desconhecido. Assusta tanto assim alguém não se identificar com o corpo que nasceu? Ao ponto de destruir e retirar a vida desse ser humano?  Aprendamos mais com os ditos “animais selvagens”, assim como das tribos indígenas que manifestam várias expressões e identidades de género há várias gerações. Entre elxs importa sobretudo a felicidade e o respeito. A problemática identidade de género, alvo de polémicas intermináveis, julgamentos e posições recheadas de medo e preconceito por várixs políticxs e funcionárixs publicxs tem sido fortemente discutida (de alguma forma) ultimamente. Talvez seja necessário olhar e falar abertamente, com evidências científicas e olhares atentos de clínicxs e técnicxs especializadxs, além de trazer para perto todxs aquelxs que necessitam do auxílio maior. Faço referência delxs que se identificam enquanto seres não cisgéneros, que fogem ao padrão héterocisnormativo.
A orientação sexual é outro grande ponto, aliado ao anterior citado, que desperta há muitos e largos anos controvérsia, polémica, protestos, guerras e muito sofrimento.
A comunidade LGBTI+ continua com o apelo por respeito, por direitos à vida, um emprego, uma casa, uma família. Urgentemente pede por paz, por poder regressar a casa (aquelxs que a têm) sem sofrer qualquer agressão, um apelo por assistência médica e hospitalar (tratamento hormonal, acompanhamento psicológico, entre outros) e por uma vida mais digna. Sim, neste momento as pessoas transgéneras têm os seus direitos sociais pouco ou nada respeitados e validados, acabando muitas vezes por se prostituir e, não raro suicidam-se ou são assassinadxs. Índice muito alto para as mulheres transsexuais, brutalmente agredidas com frequência. Igualmente aos seres humanos de orientação sexual (fora da heterossexualidade), como os homossexuais ( e não apenas, como exemplo bissexuais) que são alvo do preconceito, da fobia e das recorrentes agressões. Frequentemente estes grupos são expulsos de suas casas, por simplesmente serem quem são, sofrem injúrias, calúnias, agressões várias e têm suas vidas dificultadas. As atividades para honrar todo este grupo, como as paradas LGBTI+ (Pride), ações de sensibilização, entre outros manifestos ativistas continuam a ser imprescindíveis. Sim, esta comunidade está um bocado longe em ter os seus direitos básicos de vida garantidos e assegurados. Apenas pedimos por respeito (ninguém gosta de tudo), pois essa é a base humana para uma convivência civilizada. Toda a forma de vida e de amor é válida e deve ser respeitada.

Masculinidade tóxica

Porque que há tantos homens que ficam apavorados com a ideia de serem “efeminados”? De usarem roupas designadas como roupas de mulher, de usar verniz, maquilhagem, até um batom de cieiro?

Na nossa sociedade machista ser mulher é sinónimo de fraqueza. Logo, tudo o que seja criado com o sexo feminino em mente é visto como algo para fracxs. Um homem usar verniz ou um vestido é como cometer um pecado para com toda a raça masculina.

Quando é que uma peça de roupa ou um pouco de tinta tornou-se num sinal de fraqueza? Quando é que uma cor, um tipo de sapato passou a designar as nossas preferências sexuais? Quando é que chorar e emoções passaram a ser exclusivos das mulheres, quando é algo inerente de todxs xs seres humanxs?

Porque que os homens têm de se conformar à masculinidade tóxica existente na nossa sociedade? Usar saia, pintar as unhas, não faz de um homem menos homem. Não faz dele mais fraco. Faz dele uma pessoa que usa roupa, nada mais, nada menos. Um vestido, umas calças… No fim do dia continuam a ser roupa, não a designação do feminino ou masculino.

Em tempos de eleições

Vivemos um momento único, delicado, singular, jamais vivido na história da humanidade… No entanto, atravessamos uma tempestade política em todo planeta.

No Norte da América, o povo estadunidense vivencia um atentado à democracia, originado por um (ex) presidente que insiste em negar a sua realidade, no caso, a derrota.

Um pouco mais a Sul, nos deparamos com outra ideologiapolítica fascista, ditada por um ser perverso, que a cada dia destrói o próprio Estado Brasileiro e vai denegrindo a Nação.

Pela Europa o cenário não é diferente, quando assistimos pelos vários ecrãs digitais inúmeros atentados aos direitos humanos, uma ameaça à vida e à liberdade. Já dizia uma das maiores filósofas políticas, Hannah Arendt “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos”.

Ao redor do mundo, em vários pontos a democracia está neste momento em sério risco, ainda assim insistimos em ficar na negação. Preferimos não aceitar, menosprezar ou simplesmente ignorar o facto de que, cada um de nós tem e deve ter consciência cívica do seu papel, nos direitos e deveres. Numa democracia, o candidatx ou cadidatxs são escolhidxs e eleitxs através do voto. Certo? É nessemomento que posso escolher o candidato ou candidata que apresenta o programa eleitoral mais adequado. Quando decido não votar, ou votar em branco, em nada contribuo para a evolução e progressão social.

Levanto uma questão… Seriam quatro anos, tempo suficiente para conseguir aplicar todas as medidas pretendidas no programa eleitoral? Creio que é um tempo muito curto, face às adversidades e lacunas que os antecessores/as vão deixando durante suas atividades políticas.

A eleição e todo movimento político partidário gera sempre polémica, controvérsia, um desconforto e descrença, lamentavelmente. Tanto se lutou para podermos hoje ter a possibilidade em participar ativamente na democracia e fazer a diferença.

Outrora a ditadura se fez presente, e para muitos/as de nós isso é desconhecido ou é algo irreal, mas isso não retira o que já aconteceu. Neste preciso momento não estamos livres de que esse tipo de regime e sistema possa voltar, ressalto que há quem esteja a trabalhar arduamente para que isso seja aplicado na totalidade.

Aliás, voltando um pouco atrás em nossa história mundial, foi aquando da Pandemia da Gripe Espanhola, datada no ano de 1918, que Benito Mussolini e Adolf Hitler deram os seus primeiros passos, rumo à implementação de duas das maiores ditaduras vividas no mundo.

A história está disponível para todxs, basta apenas lermos e consultarmos os devidos registos e, saliento que, os tempos atuais trazem lembranças semelhantes às quais referi acima.

Está em nosso poder e decisão permitir (ou não) que voltemos a viver algo que, já sabemos o desfecho (alguns insistem em negar os factos). Ainda assim, poderemos insistir que a Terra é plana, que o Holocausto jamais aconteceu, que a Pandemia é uma invenção mediática, vivendo um negacionismo. Que decisão irei tomar? Ora bem, concluindo esta linha de raciocínio, decido em fazer uso consciente, daquilo que me é garantido como direito, isto é, votar. Escolher e decidir quem irá presidir o nosso país, liderar uma nação e um povo, a importância e o peso que isso tem. Ter a consciência própria disso, lembrando que muitos perderam suas vidas em nome da liberdade, da democracia.

Todxs nós temos uma postura política em nosso quotidiano, todxs temos uma ideologia, uma visão, apenas não temos essa consciência e/ou nos importamos com tal facto. Quando me posiciono que, não valorizo direitos iguais para todxs, automaticamente estou a anunciar a minha visão e, sim, é um ato político. Paremos com a tolice de que, política não importa quando tudo que fazemos em nossa vida é puro e simplesmente um manifesto político. A questão partidária é apenas um reflexo e um conjunto de ideais que representam a minha vertente, seja ela em que posição estiver.

Em tempos de eleições… Eu decido ser consciente, saber e reconhecer, valorizando a importância do voto para o meu planeta.

A arte do ativismo e militância

Nos dias atuais tem sido frequente os protestos, as manifestações, o combate à injustiça social, face aos desafios que enfrentamos.

O termo ativista é inúmeras vezes questionado, ainda é um assunto tabu, polémico, desconfortável e sinónimo de caos.

Para nossa sociedade, em sua maioria significa ser radical, extremista, liberal, fundamentalista, terrorista, fanático, histérico, entre tantos e outros singelos adjetivos.

Vejamos o princípio da palavra, na qual ativista significa a pessoa que atua em defesa de uma causa; militante, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora.

Faz total sentido tal descrição e sim, em curtas e resumidas palavras é isso, no entanto toda a essência ativista é muito mais que isso.

Muitos e muitas de nós procuramos descrever e explicar em nossa volta, às pessoas que nos são queridas, assim como por onde passamos tal significado da palavra.

Ser ativista é, em primeiro lugar, algo que está intrínseco em nosso ser, naquilo que somos, algo que respiramos e transparecemos. Fica difícil transmitir o significado, pois é algo que se vive, que nos move, conduz, é uma energia e chama viva constante.

Poderemos acordar de madrugada em nome de nossa causa, assim como sacrificar para defender a nossa bandeira.

O ativismo envolve rir, chorar, gritar, combater, lutar, militar é sofrer, é uma emoção intensa e constante. É o movimento da vida, na sua mais pura vibração, absoluta e verdadeira, é o pulsar da vida. Poderá ser descrito por inúmeras perspetivas e vertentes, mas não encontro forma e nem argumentos suficientes para descrever esta missão. Por outro lado, dentro do ativismo, assim como em outros grupos de pessoas existem inúmeros conflitos e desavenças. É uma atividade voluntária e que não é remunerada, mas é uma dedicação profunda e é um trabalho constante. Existe a necessidade de um maior financiamento, investimento e apoio financeiro às organizações, pois visto ser um trabalho voluntário é imprescindível para os grupos terem os recursos necessários e, assim dar continuidade à sua atividade. Ser ativista é saber reconhecer a importância de todas as causas, de todas as lutas, de todas as bandeiras. É saber respeitar todos os grupos, as minorias, além daquela, ou daquelas que nos dedicamos. Que sentido faz ou faria, lutar pelos direitos dos animais e discriminar as mulheres, por exemplo? Ou ainda, invalidar o combate ao preconceito LGBTI+? Lembremos sempre que, se lutamos por um mundo justo e melhor, com respeito, isso é válido e destinado para TODXS!

O dia a dia de um ativista é recheado de estudo, de leitura, de pesquisa, de muita dedicação. O cuidado e equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual é base para uma sanidade indispensável para a militância, tarefa esta que é delicada. Não basta ser emotivo e gritar em nome de uma causa, é preciso ter inteligência e sabedoria, definir e planear tarefas, objetivos, estratégias. É sabermos igualmente que existem várias formas de atuar, não apenas uma ou duas vertentes ativistas, que todas elas são válidas e têm o seu lugar.

Ser ativista é honrar e respeitar a nós próprios, primeiramente, igualmente à causa ou causas que nos dedicamos, assim como todo o planeta. É saber trabalhar em grupo, em parceria, pois estamos neste planeta em comunidade, e juntos poderemos fazer a diferença! Deixo-te nesta primeira reflexão sobre o assunto e… até breve!