A Poluição

Quando falamos ou pensamos em poluição, quase que automaticamente, nos surge a poluição atmosférica ou hídrica.

A verdade é que existem alguns tipos principais desta problemática, que está cada vez mais presente no nosso planeta.

A poluição pode ser definida como a consequência e resultado das intervenções antrópicas ou naturais, que por sua vez degradam todo o meio ambiente. Habitualmente a poluição está relacionada e diretamente ligada às ações antropogénicas, como exemplo descarga de produtos agrotóxicos no solo, no ar e/ou na água. Os fenómenos naturais podem originar poluição, como o lançamento de substâncias tóxicas no ar (dióxido de enxofre), perante uma erupção vulcânica.

Este assunto causa muito desconforto e polémica, e na verdade é algo muito complexo e que deveria ser tratado por todxs nós com o devido respeito e a seriedade própria necessária.

Vejamos, a degradação do ambiente poderá destruir o habitat de vários seres vivos, afetam toda a economia e, prejudicam nossa vida e bem-estar. A poluição do ar está diretamente relacionada a vários problemas de saúde humanos, como as patologias respiratórias, alergias, entre outras.

A poluição atmosférica é o resultado do lançamento e emissão de uma enorme quantidade de gases ou de partículas líquidas ou sólidas, na atmosfera.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que “a maior parte das populações urbanas do mundo sofre uma exposição média de poluentes no ar bastante superior ao que é considerado aceitável.” Acrescenta que, “a poluição do ar é responsável por mais de sete milhões de mortes por ano no mundo – matando mais que a AIDS e a Malária. Estudos revelam que esse tipo de poluição pode afetar todos os órgãos do corpo humano.”

Algumas das causas deste tipo de poluição estão o desmatamento, queimadas, excesso de libertação de ácido nítrico, dióxido de carbono e monóxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio… Em decorrência da atividade das indústrias, veículos e incineração de lixo.

Este tipo de problemática traz como consequência o efeito estufa, e as chuvas ácidas.

Seguidamente a poluição visual, esta que pode ser descrita como o excesso de estímulos visuais criados pelos seres humanos e que estão presentes em várias cidades e que somam um grande desconforto visual e espacial. Muitas vezes nem nos damos conta dos ecrãs e toda luminosidade presente em tudo que existe constantemente no nosso quotidiano. As publicidades, os anúncios, placas, posters, luzes, fios elétricos, entre outros.

A poluição luminosa é outro grande problema atual, causado pelo excesso de luz artificial emitido pelos centros urbanos. Principalmente decorrente da iluminação pública, afeta nossa saúde e os ecossistemas.

Os ruídos, barulhos, sons emitidos têm sido outro grande objeto de estudo e considerado um tipo de problema – a poluição sonora. Causado por um excesso de estímulos sonoros, como os ruídos emitidos pelos aparelhos móveis, tablets e computadores, televisões, e, também o ruído emitido pelos fogos de artifício. Atualmente é uma questão de saúde pública, que muito tem danificado a audição humana, dos seres vivos que nos rodeiam e traz grandes prejuízos a todo planeta.

Os Animais…

Vulgarmente chamados de animais, seres irracionais, insensíveis e tantos outros termos pejorativos, carregados de desrespeito e ignorância.
São seres que sofrem tremendamente há vários e largos anos… Tudo graças a um único grupo de seres vivos, que muito enchem o peito para se auto intitularem de racionais e superiores. Sim, exatamente, (nós) os seres humanos…
A natureza mãe em seu ecossistema perfeito nos presenteia, de forma a vivermos numa sintonia e partilha constante e diversa.
Intervenções e destruições antropogénicas trouxeram consequências devastadoras no decorrer da nossa cronologia existencial. O egocentrismo humano e sua arrogância, recheadas de narcisismo e egoísmo abundaram tanto que, mataram e destruíram inúmeros habitats e grupos planetários.
Vejamos esta problemática sob prismas e ângulos diferentes, começando pelos animais domesticados, que se encontram em casas e acompanhados de humanos. É o caso do cão e do gato (independente do género), os mais tradicionais e encontrados habitando nos lares. Atualmente existe alguma legislação que os protege, de alguma forma, ambos os grupos, e, ainda assim está muito aquém de ser suficiente para travar o sofrimento. Animais acorrentados, com sede e fome, com frio, sem condições mínimas para sobreviver ou presos dentro de quatro paredes, sem sequer saber o que é o cheiro do passeio.
Ressalto que, os animais não-humanos não são objetos, tão pouco brinquedos ou peluches, bem como não são propriedade de ninguém. Nós humanos, temos a graça e a felicidade em os ter por perto, e temos a possibilidade, enquanto tutores, viver em conjunto, proporcionando-lhes uma vida digna e feliz.
No entanto, assistimos e temos conhecimento dos casos diários e imparáveis de abandono, maus tratos de várias formas e graus. As autoridades de segurança, as autarquias e governos, bem como as associações, ativistas e protetores de animais continuam com imensa dificuldade em preencher as lacunas. A consciência e a sensibilidade para com estes pequenos, mas grandes seres é algo que deverá ser alcançado no coletivo.
Saindo do ambiente doméstico, passamos a todos os demais animais que não estão, de todo, protegidos ou sequer são vistos como animais sencientes e com direito a viver. Sim, os animais sencientes, como os porcos, vacas, galinhas, cabras (entre outros) têm um sistema músculo-esquelético muito semelhante ao nosso. Sentem dor, frio, fome, medo… Eles choram, gritam, saltam, falam sob várias línguas e idiomas incompreensíveis aos ouvidos e olhos da maioria de nós. Para os compreender simplesmente nos devemos aproximar genuinamente, sem invadir o espaço deles, olhar, ouvir e sentir. Certamente e facilmente conseguiremos perceber o que nos transmitem… o respeito é a chave de toda e qualquer relação.
Os animais que diariamente são abatidos, mortos, massacrados, torturados, testados e são vítimas de um uso abusivo e sem qualquer ética…. Para fins de consumo e prazer humano. Sim, puro e simplesmente para nossa utilização (aquelxs que compactuam com esta grande indústria). Como diz Peter Singer “A escravidão animal deveria ser enterrada, juntamente com a escravidão humana, no cemitério do passado. A libertação animal também é uma libertação humana”.
Poderemos olhar para os animais (não-humanos) de outra forma, com o devido respeito?

O Ambiente, a Causa Ambiental e… o Ser Humano

Eis uma tríade bem delicada a ser abordada, discutida e falada… e isso é necessário, é tempo de trazer à tona. Sim, nós pertencemos a essa plataforma de vida, a dita Natureza ou Ambiente, dependemos desse equilíbrio vital, e não o contrário.

A nossa arrogância é tão feroz e ousada que, continuamos a crer que somos soberanos, superiores e majestosos, que nos dá o direito errôneo de fazermos o que bem entendermos. Continuamos a maltratar o nosso planeta, poluímos, sabotamos, contaminamos, e a cada dia afundamos cada vez mais nossa casa. Até o dia que, entendamos e tenhamos a consciência que, nossa Terra está em crise profunda, iremos continuar a agir como se em perfeito equilíbrio estivéssemos. Mudanças climáticas? Poluição nos nossos oceanos? Desflorestação e degradação dos solos? Isso é tudo uma invenção mediática, extremismos dos ativistas e ambientalistas… será mesmo? As evidências e factos constantes nos apontam precisamente que, nosso planeta grita com força para termos consciência dos nossos atos. Para que sejamos responsáveis, reeducar é urgente, deixou de ser um apelo ambiental e, é no momento um grito pela vida. As gerações futuras não irão conseguir responder à altura do desafio e, quiçá, poderão não ter a chance de refazer esse percurso. Um cenário caótico? Sim, claro! As alterações climáticas não são uma mera brincadeira. A ONU há muito tempo que vem se pronunciando, e figuras/referências públicas, como o Sr.António Guterres incansavelmente vem alertando, especialistas e vários ativistas dedicadxs falam diariamente. Insistimos em crer que, a Gretha Thunberg é uma “criança mimada”, a Dra. Jane Goodall é uma mera “apreciadora dos primatas”, que o Dr. Peter Woelleben é um “fanático das árvores”, que o Peter Singer é um “maluco na ética pelos animais”. Entre tantxs e várixs especialistas na matéria que tanto nos falam, esclarecem, preferimos acreditar que é uma mera invenção. Ativistas ambientais procuram esclarecer o conflito que muitxs vêm discutindo, entre eles, que a causa ambiental está separada da causa animal. Ora bem, os animais habitam exatamente onde? Onde estamxs todxs afinal? Sejamos animais-humanos, ou não-humanos…

Especificamente falo dos animais selvagens, continuamos a destruir-lhes o habitat natural, as florestas, as árvores, os lagos, os mares… em nome de quê ou de quem? De milhares e milhões, de interesses económicos, políticos e sociais? Pois bem, devo lembrar que, ninguém consegue levar nada material ao falecer/desencarnar.

Assim sendo, dividir e separar os direitos dos animais dos direitos ambientais seria, no mínimo estranho e algo a ser mais bem refletido e repensado. Isto significa que, sensibilizar e apelar para um cuidado com as árvores, automaticamente teremos de cuidar das aves que nelas habitam. É um conjunto que trabalha lado a lado, pois a Natureza é sábia e mestre, nos lembrando sempre que, nós humanos sobrevivemos em nome dessa magnitude. A atividade antropogénica durante largos anos destruiu desastrosamente o planeta. Precisamos mudar nossos comportamentos, hábitos e posturas, sendo mais responsáveis e conscientes. Segundo a Global Carbon Protect (2017) a estimativa é que, em média, cada pessoa necessita de 22 árvores, por dia, para conseguir obter o oxigénio necessário. Sem florestas e sem árvores não podemos existir. É fundamental e urgente que entendamos, definitivamente, que não somos superiores ao Ambiente, à Causa Ambiental e… o Ser Humano, coabita neste planeta.

As mudanças climáticas

Alterações climáticas, um palavrão que tanto tem sido discutido, comentado, por vezes é ridicularizado e menosprezado por tantos e tantas de nós. É um estágio atual do nosso planeta, digamos assim, que muitos de nós preferem continuar a ignorar.

As mudanças em nosso globo terrestre existem e estão à vista de todos/as nós, basta observar períodos de seca, bem como de grandes inundações, até mesmo temperaturas extremas, sejam altas ou baixas. Repentinas e enormes oscilações espaçadas num curto espaço de tempo, por vezes dentro de uma mesma semana, sim 7 dias apenas sentimos muito calor e seguidamente muito frio.

Será que temos hoje a consciência suficiente da problemática sobre a qual nos deparamos atualmente? Temo em dizer que não, começando pelo ponto em que critico e argumento, com base no achar que é um tema de interesse único dos ambientalistas, das ONG´s e demais ativistas defensores do ambiente. Ridículo pensar que entrego a minha responsabilidade, da casa onde vivo (sim, a Terra é o planeta onde habito) nas mãos de outros/as. E digo apenas para cumprirem aquilo que, é, ou deveria ser o meu compromisso. Não faz qualquer sentido e não tem lógica alguma, e é mais do que tempo de assumir a minha posição e papel cívico, integridade e dever humano, parte integrante deste enorme ecossistema.

Sim, eu pertenço a esta maravilhosa biodiversidade, e não o contrário, como muitos de nós persistimos nessa ideia.

Assim sendo, e tendo a clareza e a consciência da minha atividade poderei começar a me (re)educar e ter outra contribuição na minha jornada. Atitudes simples, aparentemente pequenas, mas que fazem toda diferença. Antes de mais, ler e conhecer o que são as alterações climáticas e a problemática ambiental no planeta, sua origem e consequências, seguidamente refletir no que venho fazendo e no que quero ou devo mudar.

É um ato espontâneo e genuíno, não recheado de ego e necessidade de reconhecimento, ideal que seja algo voluntário e com a força do querer.

A educação ambiental seria um assunto de responsabilidade total ou maioritária das organizações governamentais… das autarquias… do Estado? Creio que não, assim sendo voltaremos ao ponto acima descrito. Responsabilidade de cada um/a, enquanto indivíduo, assim como conjunta, enquanto grupo ou meio social, todos a trabalhar em conjunto.

Indicadores e estatísticas poderão nos ajudar a conhecer o panorama real, digamos, da questão em análise. E sobretudo, de comum acesso a todos/as nós, não sendo uma informação oculta ou inacessível. Sim, é um tema, um ponto em que devemos urgentemente conhecer, refletir, mudar e agir!

Não basta apenas e não será suficiente reclamar, apontar o dedo, e percebermos que todos/as devemos mudar. O vírus que por aí anda a assolar o mundo nos traz uma reflexão profunda. Não há como voltarmos ao estado que antes nos encontrávamos! É hora e momento de termos essa realidade presente, essa clareza. Estúpido seria regredir e, isso não é o que desejamos. Certo? Toda a conjuntura atual é reflexo mútuo de mudança, reorganizar, reencaminhar, refletir, reordenar, reagrupar, reinserir e, tantas e outras adaptações que nos são impostas. Vamos trabalhar e mudar, pela nossa saúde, pela biodiversidade, pelo ecossistema e pelo planeta? As alterações climáticas precisam de nós… deixo esta reflexão (irei dar continuidade) e… Até breve!