Vulgarmente chamados de animais, seres irracionais, insensíveis e tantos outros termos pejorativos, carregados de desrespeito e ignorância.
São seres que sofrem tremendamente há vários e largos anos… Tudo graças a um único grupo de seres vivos, que muito enchem o peito para se auto intitularem de racionais e superiores. Sim, exatamente, (nós) os seres humanos…
A natureza mãe em seu ecossistema perfeito nos presenteia, de forma a vivermos numa sintonia e partilha constante e diversa.
Intervenções e destruições antropogénicas trouxeram consequências devastadoras no decorrer da nossa cronologia existencial. O egocentrismo humano e sua arrogância, recheadas de narcisismo e egoísmo abundaram tanto que, mataram e destruíram inúmeros habitats e grupos planetários.
Vejamos esta problemática sob prismas e ângulos diferentes, começando pelos animais domesticados, que se encontram em casas e acompanhados de humanos. É o caso do cão e do gato (independente do género), os mais tradicionais e encontrados habitando nos lares. Atualmente existe alguma legislação que os protege, de alguma forma, ambos os grupos, e, ainda assim está muito aquém de ser suficiente para travar o sofrimento. Animais acorrentados, com sede e fome, com frio, sem condições mínimas para sobreviver ou presos dentro de quatro paredes, sem sequer saber o que é o cheiro do passeio.
Ressalto que, os animais não-humanos não são objetos, tão pouco brinquedos ou peluches, bem como não são propriedade de ninguém. Nós humanos, temos a graça e a felicidade em os ter por perto, e temos a possibilidade, enquanto tutores, viver em conjunto, proporcionando-lhes uma vida digna e feliz.
No entanto, assistimos e temos conhecimento dos casos diários e imparáveis de abandono, maus tratos de várias formas e graus. As autoridades de segurança, as autarquias e governos, bem como as associações, ativistas e protetores de animais continuam com imensa dificuldade em preencher as lacunas. A consciência e a sensibilidade para com estes pequenos, mas grandes seres é algo que deverá ser alcançado no coletivo.
Saindo do ambiente doméstico, passamos a todos os demais animais que não estão, de todo, protegidos ou sequer são vistos como animais sencientes e com direito a viver. Sim, os animais sencientes, como os porcos, vacas, galinhas, cabras (entre outros) têm um sistema músculo-esquelético muito semelhante ao nosso. Sentem dor, frio, fome, medo… Eles choram, gritam, saltam, falam sob várias línguas e idiomas incompreensíveis aos ouvidos e olhos da maioria de nós. Para os compreender simplesmente nos devemos aproximar genuinamente, sem invadir o espaço deles, olhar, ouvir e sentir. Certamente e facilmente conseguiremos perceber o que nos transmitem… o respeito é a chave de toda e qualquer relação.
Os animais que diariamente são abatidos, mortos, massacrados, torturados, testados e são vítimas de um uso abusivo e sem qualquer ética…. Para fins de consumo e prazer humano. Sim, puro e simplesmente para nossa utilização (aquelxs que compactuam com esta grande indústria). Como diz Peter Singer “A escravidão animal deveria ser enterrada, juntamente com a escravidão humana, no cemitério do passado. A libertação animal também é uma libertação humana”.
Poderemos olhar para os animais (não-humanos) de outra forma, com o devido respeito?