Masculinidade tóxica

Porque que há tantos homens que ficam apavorados com a ideia de serem “efeminados”? De usarem roupas designadas como roupas de mulher, de usar verniz, maquilhagem, até um batom de cieiro?

Na nossa sociedade machista ser mulher é sinónimo de fraqueza. Logo, tudo o que seja criado com o sexo feminino em mente é visto como algo para fracxs. Um homem usar verniz ou um vestido é como cometer um pecado para com toda a raça masculina.

Quando é que uma peça de roupa ou um pouco de tinta tornou-se num sinal de fraqueza? Quando é que uma cor, um tipo de sapato passou a designar as nossas preferências sexuais? Quando é que chorar e emoções passaram a ser exclusivos das mulheres, quando é algo inerente de todxs xs seres humanxs?

Porque que os homens têm de se conformar à masculinidade tóxica existente na nossa sociedade? Usar saia, pintar as unhas, não faz de um homem menos homem. Não faz dele mais fraco. Faz dele uma pessoa que usa roupa, nada mais, nada menos. Um vestido, umas calças… No fim do dia continuam a ser roupa, não a designação do feminino ou masculino.

Em tempos de eleições

Vivemos um momento único, delicado, singular, jamais vivido na história da humanidade… No entanto, atravessamos uma tempestade política em todo planeta.

No Norte da América, o povo estadunidense vivencia um atentado à democracia, originado por um (ex) presidente que insiste em negar a sua realidade, no caso, a derrota.

Um pouco mais a Sul, nos deparamos com outra ideologiapolítica fascista, ditada por um ser perverso, que a cada dia destrói o próprio Estado Brasileiro e vai denegrindo a Nação.

Pela Europa o cenário não é diferente, quando assistimos pelos vários ecrãs digitais inúmeros atentados aos direitos humanos, uma ameaça à vida e à liberdade. Já dizia uma das maiores filósofas políticas, Hannah Arendt “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos”.

Ao redor do mundo, em vários pontos a democracia está neste momento em sério risco, ainda assim insistimos em ficar na negação. Preferimos não aceitar, menosprezar ou simplesmente ignorar o facto de que, cada um de nós tem e deve ter consciência cívica do seu papel, nos direitos e deveres. Numa democracia, o candidatx ou cadidatxs são escolhidxs e eleitxs através do voto. Certo? É nessemomento que posso escolher o candidato ou candidata que apresenta o programa eleitoral mais adequado. Quando decido não votar, ou votar em branco, em nada contribuo para a evolução e progressão social.

Levanto uma questão… Seriam quatro anos, tempo suficiente para conseguir aplicar todas as medidas pretendidas no programa eleitoral? Creio que é um tempo muito curto, face às adversidades e lacunas que os antecessores/as vão deixando durante suas atividades políticas.

A eleição e todo movimento político partidário gera sempre polémica, controvérsia, um desconforto e descrença, lamentavelmente. Tanto se lutou para podermos hoje ter a possibilidade em participar ativamente na democracia e fazer a diferença.

Outrora a ditadura se fez presente, e para muitos/as de nós isso é desconhecido ou é algo irreal, mas isso não retira o que já aconteceu. Neste preciso momento não estamos livres de que esse tipo de regime e sistema possa voltar, ressalto que há quem esteja a trabalhar arduamente para que isso seja aplicado na totalidade.

Aliás, voltando um pouco atrás em nossa história mundial, foi aquando da Pandemia da Gripe Espanhola, datada no ano de 1918, que Benito Mussolini e Adolf Hitler deram os seus primeiros passos, rumo à implementação de duas das maiores ditaduras vividas no mundo.

A história está disponível para todxs, basta apenas lermos e consultarmos os devidos registos e, saliento que, os tempos atuais trazem lembranças semelhantes às quais referi acima.

Está em nosso poder e decisão permitir (ou não) que voltemos a viver algo que, já sabemos o desfecho (alguns insistem em negar os factos). Ainda assim, poderemos insistir que a Terra é plana, que o Holocausto jamais aconteceu, que a Pandemia é uma invenção mediática, vivendo um negacionismo. Que decisão irei tomar? Ora bem, concluindo esta linha de raciocínio, decido em fazer uso consciente, daquilo que me é garantido como direito, isto é, votar. Escolher e decidir quem irá presidir o nosso país, liderar uma nação e um povo, a importância e o peso que isso tem. Ter a consciência própria disso, lembrando que muitos perderam suas vidas em nome da liberdade, da democracia.

Todxs nós temos uma postura política em nosso quotidiano, todxs temos uma ideologia, uma visão, apenas não temos essa consciência e/ou nos importamos com tal facto. Quando me posiciono que, não valorizo direitos iguais para todxs, automaticamente estou a anunciar a minha visão e, sim, é um ato político. Paremos com a tolice de que, política não importa quando tudo que fazemos em nossa vida é puro e simplesmente um manifesto político. A questão partidária é apenas um reflexo e um conjunto de ideais que representam a minha vertente, seja ela em que posição estiver.

Em tempos de eleições… Eu decido ser consciente, saber e reconhecer, valorizando a importância do voto para o meu planeta.

A arte do ativismo e militância

Nos dias atuais tem sido frequente os protestos, as manifestações, o combate à injustiça social, face aos desafios que enfrentamos.

O termo ativista é inúmeras vezes questionado, ainda é um assunto tabu, polémico, desconfortável e sinónimo de caos.

Para nossa sociedade, em sua maioria significa ser radical, extremista, liberal, fundamentalista, terrorista, fanático, histérico, entre tantos e outros singelos adjetivos.

Vejamos o princípio da palavra, na qual ativista significa a pessoa que atua em defesa de uma causa; militante, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora.

Faz total sentido tal descrição e sim, em curtas e resumidas palavras é isso, no entanto toda a essência ativista é muito mais que isso.

Muitos e muitas de nós procuramos descrever e explicar em nossa volta, às pessoas que nos são queridas, assim como por onde passamos tal significado da palavra.

Ser ativista é, em primeiro lugar, algo que está intrínseco em nosso ser, naquilo que somos, algo que respiramos e transparecemos. Fica difícil transmitir o significado, pois é algo que se vive, que nos move, conduz, é uma energia e chama viva constante.

Poderemos acordar de madrugada em nome de nossa causa, assim como sacrificar para defender a nossa bandeira.

O ativismo envolve rir, chorar, gritar, combater, lutar, militar é sofrer, é uma emoção intensa e constante. É o movimento da vida, na sua mais pura vibração, absoluta e verdadeira, é o pulsar da vida. Poderá ser descrito por inúmeras perspetivas e vertentes, mas não encontro forma e nem argumentos suficientes para descrever esta missão. Por outro lado, dentro do ativismo, assim como em outros grupos de pessoas existem inúmeros conflitos e desavenças. É uma atividade voluntária e que não é remunerada, mas é uma dedicação profunda e é um trabalho constante. Existe a necessidade de um maior financiamento, investimento e apoio financeiro às organizações, pois visto ser um trabalho voluntário é imprescindível para os grupos terem os recursos necessários e, assim dar continuidade à sua atividade. Ser ativista é saber reconhecer a importância de todas as causas, de todas as lutas, de todas as bandeiras. É saber respeitar todos os grupos, as minorias, além daquela, ou daquelas que nos dedicamos. Que sentido faz ou faria, lutar pelos direitos dos animais e discriminar as mulheres, por exemplo? Ou ainda, invalidar o combate ao preconceito LGBTI+? Lembremos sempre que, se lutamos por um mundo justo e melhor, com respeito, isso é válido e destinado para TODXS!

O dia a dia de um ativista é recheado de estudo, de leitura, de pesquisa, de muita dedicação. O cuidado e equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual é base para uma sanidade indispensável para a militância, tarefa esta que é delicada. Não basta ser emotivo e gritar em nome de uma causa, é preciso ter inteligência e sabedoria, definir e planear tarefas, objetivos, estratégias. É sabermos igualmente que existem várias formas de atuar, não apenas uma ou duas vertentes ativistas, que todas elas são válidas e têm o seu lugar.

Ser ativista é honrar e respeitar a nós próprios, primeiramente, igualmente à causa ou causas que nos dedicamos, assim como todo o planeta. É saber trabalhar em grupo, em parceria, pois estamos neste planeta em comunidade, e juntos poderemos fazer a diferença! Deixo-te nesta primeira reflexão sobre o assunto e… até breve!

As mudanças climáticas

Alterações climáticas, um palavrão que tanto tem sido discutido, comentado, por vezes é ridicularizado e menosprezado por tantos e tantas de nós. É um estágio atual do nosso planeta, digamos assim, que muitos de nós preferem continuar a ignorar.

As mudanças em nosso globo terrestre existem e estão à vista de todos/as nós, basta observar períodos de seca, bem como de grandes inundações, até mesmo temperaturas extremas, sejam altas ou baixas. Repentinas e enormes oscilações espaçadas num curto espaço de tempo, por vezes dentro de uma mesma semana, sim 7 dias apenas sentimos muito calor e seguidamente muito frio.

Será que temos hoje a consciência suficiente da problemática sobre a qual nos deparamos atualmente? Temo em dizer que não, começando pelo ponto em que critico e argumento, com base no achar que é um tema de interesse único dos ambientalistas, das ONG´s e demais ativistas defensores do ambiente. Ridículo pensar que entrego a minha responsabilidade, da casa onde vivo (sim, a Terra é o planeta onde habito) nas mãos de outros/as. E digo apenas para cumprirem aquilo que, é, ou deveria ser o meu compromisso. Não faz qualquer sentido e não tem lógica alguma, e é mais do que tempo de assumir a minha posição e papel cívico, integridade e dever humano, parte integrante deste enorme ecossistema.

Sim, eu pertenço a esta maravilhosa biodiversidade, e não o contrário, como muitos de nós persistimos nessa ideia.

Assim sendo, e tendo a clareza e a consciência da minha atividade poderei começar a me (re)educar e ter outra contribuição na minha jornada. Atitudes simples, aparentemente pequenas, mas que fazem toda diferença. Antes de mais, ler e conhecer o que são as alterações climáticas e a problemática ambiental no planeta, sua origem e consequências, seguidamente refletir no que venho fazendo e no que quero ou devo mudar.

É um ato espontâneo e genuíno, não recheado de ego e necessidade de reconhecimento, ideal que seja algo voluntário e com a força do querer.

A educação ambiental seria um assunto de responsabilidade total ou maioritária das organizações governamentais… das autarquias… do Estado? Creio que não, assim sendo voltaremos ao ponto acima descrito. Responsabilidade de cada um/a, enquanto indivíduo, assim como conjunta, enquanto grupo ou meio social, todos a trabalhar em conjunto.

Indicadores e estatísticas poderão nos ajudar a conhecer o panorama real, digamos, da questão em análise. E sobretudo, de comum acesso a todos/as nós, não sendo uma informação oculta ou inacessível. Sim, é um tema, um ponto em que devemos urgentemente conhecer, refletir, mudar e agir!

Não basta apenas e não será suficiente reclamar, apontar o dedo, e percebermos que todos/as devemos mudar. O vírus que por aí anda a assolar o mundo nos traz uma reflexão profunda. Não há como voltarmos ao estado que antes nos encontrávamos! É hora e momento de termos essa realidade presente, essa clareza. Estúpido seria regredir e, isso não é o que desejamos. Certo? Toda a conjuntura atual é reflexo mútuo de mudança, reorganizar, reencaminhar, refletir, reordenar, reagrupar, reinserir e, tantas e outras adaptações que nos são impostas. Vamos trabalhar e mudar, pela nossa saúde, pela biodiversidade, pelo ecossistema e pelo planeta? As alterações climáticas precisam de nós… deixo esta reflexão (irei dar continuidade) e… Até breve!